Bem vindos ao meu dia-a-dia em Luanda/Angola.

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quarta-feira, 3 de março de 2010

PELOS GHETTOS DE LUANDA


Nas minhas idas ao caótico Centro da Cidade, olhando pro relógio e já constatando um certo atraso, pedi ao motorista Antônio para que fizesse o caminho mais rápido. Não imaginava eu que caminho seria esse. Apois...rsrsrsrsrsrs. Antônio disse que geralmente as pessoas que vinham de fora tinham preconceito em trafegar por esse caminho, visto que o acesso era de terra batida e as imagens não tão agradáveis assim. Como gosto de aventuras, nem pensei 2 vezes, topei na hora optar por esse trajeto “alternativo”, que sairia no Rocha Pinto, conhecido tempos atrás como “Corta-Cabeça” (quem quisesse apagar alguém, levava pra lá).



No começo tudo beleza, nada que eu não tivesse visto antes, afinal, favelas e miséria no Brasil não são novidades, principalmente no nordeste. Mas então...de repente fiquei preocupada com todo mundo me vendo dentro do carro, eu sendo a “única” pula (branca) e estrangeira no meio deles. Perguntei ao Antônio se isso era problema, se eles se incomodavam, mas ele me tranqüilizou dizendo que não tinha problemas, pois eu estava sendo conduzida por um angolano. Fiquei na paz então, e comecei a observar as pessoas, as casas, o dia-a-dia de quem morava naquelas redondezas (infelizmente não tirei fotos, pois achei que já era querer demais). Embora pareça triste, esse povo é muito feliz, mesmo com o pouco que tem. Tudo se reparte, tudo se divide, ninguém deixa o outro na mão. Há um espírito de solidariedade fortemente enraizado.


O Téo, da equipe comercial, me concedeu essas fotos aéreas de alguns trechos por onde passei. Mas nenhuma foto pode transmitir de fato a sensação de trafegar nessas terras batidas, cheias de esgoto, mas que são cenários realistas do habitat de um povo maltratado mas com muito sentimento bom no coração.

Um comentário:

  1. Imagine o que não se passa no resto do continente africano! E aqui, no país do "tudo pode" ainda há pessoas que acham a terra brasílis o fim do mundo e passam o dia se queixando de pequenos incômodos que não passam de mimos de quem nunca sofreu na pele não ter o que comer e o que beber!

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