Bem vindos ao meu dia-a-dia em Luanda/Angola.

Bem vindos ao meu dia-a-dia em Luanda/Angola



domingo, 28 de março de 2010

PÉROLA - RECRUTAMENTO DE NOVOS CORRETORES

Em fase de plena expansão, e já se preparando para o que vem pela frente, a empresa abriu vagas para novos corretores. Como oportunidade é algo escasso aqui em Angola, não foi de se surpreender que choveu curriculuns. Porém um deles chamou tanta atenção que eu não podia deixar de compartilhar essa pérola (o nome da figura está fictício)….rsrsrsrsrsrssrrsrr!!!

curriculum vitae

Nome Nicolau Lumambo Sandão Cundi
Natural de sambizanga, provincia de Luanda
Nascido aos 17 de abril de 1983
Estado civil solteiro mesmo
Residente
da rua ceramica do cazenga
Portador do b.i.000061546la033
Telef. 921588725/919917246

Habilitacoes literariais
Terceiro ano universitario no curso de telecomunicaÇoes
Experiencia de trabalho ja trabalhei como gerente duma oficina de panela e como suprevisor da empresa tambeim
ja trabalhei como professor durante muito tempo
ja trabalhei como promotor de venda e marting
obs. tenho experiencia de 7 anos de trabalho e estou disponivel

DIA DE COMPRAS


Já bem perto das minhas primeiras folgas no Brasil, aproveitei as poucas brechas que tenho na louca rotina de trabalho, para iniciar algumas compras de lembrançinhas do continente africano para familiares e amigos.
No Belas Shopping existe um Stand da Maianga Produções que vende livretos, cd´s, dvd´s e camisetas que remetem a Angola. Todos os produtos de um bom gosto indiscutível. Não me contive e comprei uma porção de “coisos”. Abaixo um pouco do que adquiri. Quem ficar curioso pode acessar o site da Maianga: http://www.maianga.com.br/



Noutro dia, em um dia de domingo, fui me aventurar pelo Mercado do Benfica, onde rola a mais tradicional feira artesanal do país. O Bairro do Benfica fica no sul da cidade, onde hoje se desenvolve o que se chama de “a nova Luanda”, composta por mansões, condomínios de luxo, grandes obras…e ainda tem o fato de ter a vista do mar.

A feira fica em um lugar bastante simples (tipo feirão de rua mesmo, como a do Alecrim), e os trabalhos estão expostos nas barracas e no próprio chão (de terra batida). Uma particularidade é o pitoresco assédio de vendedores e atravessadores a cada centímetro percorrido na feira. Pechincar aqui é obrigatório (não existe nada tabelado) e nunca se deve aceitar o primeiro preço (algumas negociações chegam a baixar mais de 200%).

As peças artesanais são belíssimas, dentre elas as feitas da mais pura madeira africana. Se destaca bastante o que se chama de “O Pensador”, simbolo de Angola. Máscaras, tecidos, bijouterias, quadros de artes plásticas, e outras peças diversas, retratam com fidelidade a cultura tradicional étnica de vários povos das regiões angolanas.

Vale a pena conferir.

segunda-feira, 15 de março de 2010

CHUVA E SOL / DIA E NOITE: o primeiro mês em terras africanas


Neste último final de semana completou 1 mês que estou em terras africanas, e ontem fomos surpreendidos por um temporal violento que não se via desde 1992. A cidade de Luanda está toda alagada, sem termos nem condições de irmos aos stands de vendas. Ironicamente, nesses pouco mais e 30 dias em Angola, eu iria falar com do céu por estas bandas, que confesso nunca ter visto em lugar nenhum tanta beleza de cores e formas de nuvens, como se fosses pintadas a mão. Tentei fotografas o céu várias vezes em horários diferentes do dia para colecionar imagens diversas, tendo o sol como protagonista maior. Ainda não tive a oportunidade de ver o pôr do sol no Bengo ou na praia, mas já tive a chance de ver algumas fotos que me deixaram impressionadas. O sol tem a cor do fogo, mesclando no céu os tons laranja, vermelho, rosa e azul.




Bom, fora os aspectos da natureza, que realmente impressionam por aqui, já me sinto um pouco angolana. Existem sim alguns aspectos que são difíceis de acostumar, mas no geral as coisas positivas superam. No sábado passado fomos jantar na Baia de Luanda e me surpreendi pela beleza noturna do local. Comi mais um prato pitoresco, chamado de “Choco”, que é um molusco bem parecido com a Lula.




Que venham mais 30 dias de Angola, recheados de muitas surpresas boas e muita produtividade no trabalho. A saudade de Natal é grande, principalmente das pessoas queridas. Aproveitarei esse humilde espaço para externar minha BIG felicidade pelo momento especial que minha irmã vive hoje, que em breve se casará e irá morar na Espanha: “Ré, você não pode imaginar como estou feliz com essa notícia. Que Deus possa abençoar seus próximos passos. Te amo muito minha irmã querida”.




domingo, 7 de março de 2010

CRESCIMENTO DE ANGOLA

Ontem saiu na Domingo Espetacular, da Rede Record (que também é transmitida a cá), uma bela reportagem sobre a Angola, destacando as palavras do Paulo Sodré, Diretor da Build Brasil, empresa pela qual presto serviço aqui. Inclusive há cenas de um dos nossos empreendimentos, localizado no Bengo (mais precisamente no primeiro minuto e cinco segundos).

Vale a pena dar uma conferida e ficar atualizado sobre o que se passa no mundo.

O mais legal de tudo foi a identificação com os locais e os costumes abordados na matéria, foi como sentir-se em casa, sabendo que tudo mostrado e dito é a mais pura verdade. Incontáveis gruas, sorrisos e alegrias dos angolanos, trânsito maluco...tudo isso é Angola.

Segue o link do vídeo: http://videos.r7.com/crescimento-de-angola-impressiona-o-mundo/idmedia/7c41e36b9a8092fa976cf7a983234bf1.html
As fotos abaixo são do empreendimento "Quintas do Rio Bengo" (simplesmente fantástico), que figurou a reportagem.




OS VINHOS, A ANGOLA E EU


Para quem me conhece “um pouquinho” já sabe da minha louca e incurável paixão pelos vinhos. O mundo dos vinhos nos dá a oportunidade de conhecer pessoas, de nos comunicarmos mais, de descobrir que atrás de uma boa garrafa tem-se sempre uma boa conversa. Nos tornam curiosos por estudar as particularidades de cada uva, que nos remete ao mundo fascinante da geografia e da história. Degustar uma taça de vinho tem sido um dos meus poucos prazeres desde que cheguei em terras africanas, isso porque o ritmo de trabalho é bastante intenso. Porém, nas poucas horas de folga sempre procuro comprar jornais e revistas locais como fonte de informações e cultura. Surpreendi-me ao encontrar uma revista abordando o tema “vinhos” e fiquei surpreendida com alguns dados e estatísticas que mostram um mercado bastante crescente neste segmento. Entre 2008 e 2009 a Angola apresentou-se como alternativa aos pólos afetados pela crise econômica internacional, situando-se entre os principais destinos de vários produtores de referência, de países como África do Sul, Argentina, Chile, França, Itália e, principalmente, Portugal. O consumo de vinhos aumentou de tal forma que a Angola representa hoje mais de 21% das exportações de vinhos portugueses. O país africano é o primeiro no ranking dos importadores de vinhos tintos e brancos de várias regiões de Portugal. O consumidor angolano, a cada dia que passa, é mais exigente com a qualidade dos vinhos que consome. Esta exigência é fruto do seu maior conhecimento sobre o vinho, mas também da oferta cada vez mais diversificada e assente num critério qualitativo. O crescimento comercial leva os investidores a cogitarem a possibilidade de Angola vir a produzir vinho. Estudo estão a ser feitos para definir as regiões com as condições climáticas ideais para a produção. Mais uma prova de que a Angola é um país em franco desenvolvimento, em todas as áreas da economia. Quero poder ver o surgimento do primeiro vinho elaborado de uvas plantadas em solos angolanos. Seria participar de mais um marco do prazeroso universo da bebida dos deuses.
Ah...as fotos abaixo são da minha adega improvisada dentro do meu quarto...rsrsrsrssrsr...portugueses e sul-africanos são minhas escolhas preferidas por aqui.





quarta-feira, 3 de março de 2010

PELOS GHETTOS DE LUANDA


Nas minhas idas ao caótico Centro da Cidade, olhando pro relógio e já constatando um certo atraso, pedi ao motorista Antônio para que fizesse o caminho mais rápido. Não imaginava eu que caminho seria esse. Apois...rsrsrsrsrsrs. Antônio disse que geralmente as pessoas que vinham de fora tinham preconceito em trafegar por esse caminho, visto que o acesso era de terra batida e as imagens não tão agradáveis assim. Como gosto de aventuras, nem pensei 2 vezes, topei na hora optar por esse trajeto “alternativo”, que sairia no Rocha Pinto, conhecido tempos atrás como “Corta-Cabeça” (quem quisesse apagar alguém, levava pra lá).



No começo tudo beleza, nada que eu não tivesse visto antes, afinal, favelas e miséria no Brasil não são novidades, principalmente no nordeste. Mas então...de repente fiquei preocupada com todo mundo me vendo dentro do carro, eu sendo a “única” pula (branca) e estrangeira no meio deles. Perguntei ao Antônio se isso era problema, se eles se incomodavam, mas ele me tranqüilizou dizendo que não tinha problemas, pois eu estava sendo conduzida por um angolano. Fiquei na paz então, e comecei a observar as pessoas, as casas, o dia-a-dia de quem morava naquelas redondezas (infelizmente não tirei fotos, pois achei que já era querer demais). Embora pareça triste, esse povo é muito feliz, mesmo com o pouco que tem. Tudo se reparte, tudo se divide, ninguém deixa o outro na mão. Há um espírito de solidariedade fortemente enraizado.


O Téo, da equipe comercial, me concedeu essas fotos aéreas de alguns trechos por onde passei. Mas nenhuma foto pode transmitir de fato a sensação de trafegar nessas terras batidas, cheias de esgoto, mas que são cenários realistas do habitat de um povo maltratado mas com muito sentimento bom no coração.