Bem vindos ao meu dia-a-dia em Luanda/Angola.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

REALIDADE


Depois de 7 horas e ½ de vôo, e mais 2h até colocar o pé para fora do aeroporto, nada de dormir. Chegando à nossa nova casa, que fica no bairro “Projecto Nova Vida” (não poderia ter nome mais propício), ao lado do Talatona (bairro com o mais alto padrão da cidade), dentro da região chamada hoje de Nova Luanda. Meus olhos puderam ver o que antes era revelado apenas pelos meios de comunicação e alguns comentários de conhecidos que já pisaram por essas bandas: aqui não tem pobreza, e sim muita miséria. A grande maioria sobrevive com menos de U$ 1 por dia. Lixos a céu aberto, como se fossem inúmeros “lixões” que estamos acostumados a ver nos grandes centros urbanos, destes que ficam afastados da cidade. Mas aqui são muitos. Dá pra compreender o porquê de tantas doenças e tipos de insetos nada amigáveis. O trânsito é uma loucura. Aqui não existe, sinais. O transporte coletivo são chamados de “candonga”, uma espécie de van, todas pintadas de azul quase bebê. Há uma infinidade delas, todas lotadas, e sem rotas pré-definidas como no Brasil. Não existem linhas, e sim “trechos”. Para se chegar a um ponto do outro lado da cidade é preciso pegar várias candongas, que são utilizados em sua maioria pela população local. Parece que os estrangeiros não se habilitam a fazer essa aventura.

Um dos brasileiros que já mora aqui a bastante tempo nos deu a seguinte dica “absurda”, porém real: “ao se envolver em algum atropelamento ou batida, FUJA. O risco de ser linchado é enorme (pelo fato se sermos “pula", ou seja, “brancos”). Não tendo chance de fugir, se prepare para a “gasosa”, que significa “propina”. A gasosa é tão presente quanto o ar que se respira. Tudo funciona com ela. Se pede Kwanza (moeda local) o tempo todo, em qualquer situação. Não é de se espantar ou criticar, simplesmente é um hábito local.

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